Vingança (2017), dirigido por Coralie Fargeat, é um intenso thriller francês que combina ação, violência estilizada e uma narrativa de empoderamento feminino. O filme subverte os clichês do gênero de vingança, apresentando uma protagonista que desafia as expectativas e assume o controle de sua história em meio a um cenário brutal e desafiador.
A trama acompanha Jen (Matilda Lutz), uma jovem atraente e despreocupada que viaja com seu amante rico, Richard (Kevin Janssens), para um retiro romântico em uma casa isolada no deserto. O que parece ser um fim de semana de luxo e diversão se transforma em um pesadelo quando dois amigos de Richard, Stan (Vincent Colombe) e Dimitri (Guillaume Bouchède), chegam inesperadamente. A atmosfera de descontração rapidamente se deteriora quando Stan, obcecado por Jen, comete um ato de violência contra ela. Richard, em vez de protegê-la, tenta encobrir o crime, revelando sua verdadeira natureza manipuladora e cruel.
Após ser atacada e deixada para morrer em um desfiladeiro, Jen sobrevive milagrosamente. Gravemente ferida, ela se ergue com uma determinação feroz e inicia uma jornada de vingança implacável contra seus agressores. O deserto, inicialmente um ambiente hostil e opressor, torna-se o palco de sua transformação. Jen utiliza os recursos disponíveis e sua inteligência para virar o jogo contra os homens que subestimaram sua força.
O filme destaca-se por sua abordagem visual única. Coralie Fargeat utiliza cores vibrantes, ângulos de câmera inovadores e uma trilha sonora eletrônica pulsante para criar uma atmosfera intensa e estilizada. A violência gráfica é retratada de maneira crua e visceral, mas com um toque quase surreal, enfatizando o tom simbólico da narrativa. Jen, coberta de sangue e feridas, se torna uma figura quase mítica, simbolizando resistência e justiça.
Vingança também aborda temas profundos, como misoginia, poder e a objetificação feminina. A personagem de Jen começa como uma figura aparentemente superficial, mas sua evolução ao longo do filme desconstrói essa percepção. Ela desafia os estereótipos de gênero e assume um papel ativo em sua luta pela sobrevivência e justiça, invertendo a dinâmica de poder entre ela e seus agressores.
O filme recebeu aclamação da crítica por sua direção ousada, performances intensas e pela maneira como reinventa o gênero de ação e sobrevivência. Matilda Lutz entrega uma atuação marcante, transmitindo a transformação de Jen com intensidade e autenticidade. A direção de Coralie Fargeat foi elogiada por sua visão singular, que combina elementos de exploitation com um subtexto feminista poderoso.
Vingança é mais do que um simples filme de ação; é uma obra que desafia o público a confrontar questões desconfortáveis enquanto oferece uma experiência cinematográfica visualmente impactante. Brutal, estilizado e provocativo, o filme é uma jornada catártica que celebra a força e a resiliência de sua protagonista, permanecendo como uma obra memorável dentro do gênero.
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